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A Igreja Protestante na Europa, EUA e Brasil

 

Neste último capítulo daremos um panorama geral da continuidade

do trabalho dos protestantes após a Reforma; começando

pela Europa, berço da Reforma protestante, passando

pela América do Norte, América Latina, até chegar

ao nosso país.

 

A Igreja na Europa

Neste período, a Igreja na Europa, foi marcada por altos e baixos,

merecendo uma análise detalhada para se compreender os acontecimentos

que se sucederam nesta época e posteriormente. Na França as autoridades

continuavam a perseguir o protestantismo.Com a Revolução Francesa em

1789, a Igreja Católica começou a sentir a hostilidade do povo. Na Alemanha,

o protestantismo, viu-se envolvido por freqüentes e vazios debates teológicos

entre os seguidores dos ensinos de Lutero e os seguidores do ensino

de Calvino. Assim, surgiu o “Pietismo”, com a finalidade de agregar

em torno do seu ensino, os insatisfeitos com os rumos tomados pelos luteranos

e reformados. No fim do século XVII, teve início a chamada “era da

razão”. O mentor do homem em todos os assuntos da vida seria “a razão”,“a mente”.

O Cristianismo e suas doutrinas sofreram grandes apuros, por não

poderem ser aquilatados pela razão e raciocínio de homens naturais. E ainda

veremos a situação da Igreja Oriental, a partir da tomada de Constantinopla

pelos turcos, e as conseqüências que a capitulação daquela grande

metrópole trouxe sobre o Cristianismo naquela região do mundo.

 

A evolução da igreja protestante

após 1648 d.C.

 

 

O protestantismo na França

O século XVIII foi para a França uma era de grande desenvolvimento,

quando a nação prosperou tão rapidamente que veio a alcançar o

primeiro lugar entre as nações européias. Servindo-se desse desenvolvimento

e do fortalecimento da vida religiosa nacional, a Igreja Católica

deu origem ao movimento conhecido como “Galicanismo”. O movimento,

representava uma tentativa de conciliar a qualidade de bom católico

com a de bom francês. Os galicanos eram devotos e profundamente ligados

à Igreja Católica, mas acreditavam igualmente que o papa não tinha o

direito de interferir na política nacional da França. Nesta esfera só admitiam

a autoridade do rei. Em oposição ao Galicanismo, levantou-se outro

partido chamado “Ultramontanismo”, que obedecia ao papa antes de

qualquer autoridade. Este partido era formado principalmente pelos jesuítas,

sempre fiéis ao papa.

Durante a última parte do século XVII e durante todo século XVIII,

os jesuítas sofreram forte oposição de grandes vultos da Igreja Católica

na França. Estes homens opunham-se e protestavam com energia contra

as idéias falsas e dolosas a respeito da moral de certos princípios, idéias

realmente perigosas que os jesuítas espalhavam através do confessionário.

Ainda, se opunham aos jesuítas por causa da obediência cega e indiscutível

que prestavam ao papa, em detrimento dos interesses patrióticos. Enquanto

isto os jesuítas foram perdendo mais e mais a sua popularidade.

Quando Portugal, em 1759, expulsou os jesuítas, a opinião pública

francesa exigiu que se fizesse o mesmo na França, o que aconteceu em

1764. Este foi o começo do fim dos jesuítas. Logo após, a Espanha também

os expulsava. Em todos os casos, a razão da expulsão era a mesma:

os jesuítas eram desleais e perigosos aos governos. Finalmente, o papa

Clemente XIV sob pressão dos reis dos países que haviam sofrido a influência

dos jesuítas, dissolveu essa Ordem.

A) A perseguição aos Huguenotes: A era áurea de Luiz XIV, teve

um lado negro nos terríveis sofrimentos infligidos aos protestantes franceses.

Pelo Edito de Nantes, em 1598, os huguenotes alcançaram completa

liberdade de consciência; liberdade para exercer o culto público em muitos

lugares, plenos direitos civis e o governo de um grande número de cidades.

Entre 1598 e 1659, não obstante o governo tirar dos huguenotes o

controle sobre as cidades, isto não perturbou-lhes a liberdade religiosa.

Semeador 87

Nesta época, o Protestantismo cresceu, tomou corpo e chegou a assumir

posição de influência em grandes decisões nacionais..

Mas o clero católico romano, hipócrita e fanático, não podia tolerar

este Protestantismo tão próspero. E, foi sob a pressão desse clero que o governo

começou um ataque maciço em 1659. As primeiras medidas tomadas

contra os protestantes foram: a suspensão total dos direitos civis e a perseguição

em grandes escala para obrigá-los a professar o Catolicismo Romano.

Em 1681, Luiz XIV levou a efeito, com muita pertinácia, um esforço

selvagem para esmagar o protestantismo, campanha que culminou com a

revogação do Edito de Nantes, quatro anos depois. Os Protestantes estavam

desamparados pelas leis, e não podia nem emigrar.

O resultado de tudo isto foi uma perda irreparável para a França. Milhares

dos seus mais excelentes cidadãos foram levados à morte, e outros a

insuportável torturas. Nesse período, cerca de quatrocentos mil huguenotes

fugiram deixando a França. A saída deles resultou num grande desastre

econômico e moral para a nação. Depois de 1685 o protestantismo na

França, embora dolorosamente perseguido, levou uma vida de heroísmo

por quase oitenta anos. Foi quando cessou a perseguição, mas a liberdade

religiosa não veio antes de 1789, concedido pelo primeiro dos governos da

Revolução Francesa.

B) A Revolução Francesa: Teve início em 1789, quando a Assembléia

que representava o povo, demonstrou amargo desagrado e hostilidade

para com a Igreja Católica Romana. A perseguição contra os protestantes

tornou o povo desgostoso e fê-lo sentir horror por uma instituição, cujos lideres

foram os causadores de tais barbaridades. Muitos patriotas franceses

consideravam a Igreja Católica como inimiga do espírito de lealdade nacional,

porque o seu clero colocava a autoridade do papa acima da autoridade

do governo.

A primeira legislatura da Revolução, a Assembléia Nacional (1789–

1790): 1º) confiscou as propriedades da Igreja Romana e vendeu boa parte

delas para enfrentar as necessidades nacionais; 2º) estabeleceu completa

liberdade religiosa; 3º) aboliu as Ordens monásticas e reorganizou completamente

a Igreja Católica, deixando-a nominalmente sujeita ao papa. Entretanto,

devido em parte ao desenvolvimento da incredulidade, o próprio

Cristianismo foi objeto de ódio público. Isto aconteceu pelo fato de muitos

julgarem a Igreja Romana e o Cristianismo como coisas idênticas.

 

Em 1793, foi abolido o culto cristão, negando formalmente a existência

de Deus, e estabelecendo o culto da deusa Razão. Todavia, o povo

se opôs a tudo isto. Em 1795, o culto cristão foi restabelecido pelo governo.

Todas as agremiações religiosas tiveram permissão de exercer formas

de culto. Este acordo foi quebrado por Napoleão que possuía suas próprias

idéias acerca das relações entre a Igreja e o Estado.

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