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- A Rainha da Escocia Maria:

 

As conquistas alcançadas tinham de ser defendidas.

Em 1561, Maria, rainha da Escócia, veio da Franca decididamente

resolvida a restabelecer o Catolicismo Romano. E quase alcançou seu objetivo.

Fracassou, devido parcialmente à sua própria perversidade e desatinos,

o que despertou geral indignação contra ela, e, por outra parte, por

causa da atitude decidida de João Knox. Em 1567, após a abdicação da

rainha, a Reforma foi reconhecida e confirmada pelo rei.

- A luta pelo Presbiterianismo: Depois de alcançada a vitória do

protestantismo na Escócia, surgiu a luta pelo presbiterianismo. O filho da

rainha Maria, Tiago IV, tentou introduzir bispos na igreja escocesa. Ele

viu que um governo eclesiástico presbiteriano nutriria e desenvolveria o

espírito de liberdade entre o povo. Igualmente, alguns nobres que se aliaram

ao rei, julgaram que a introdução de bispos medievais lhe daria uma

oportunidade de ficarem com as terras dos bispos medievais.

Foi nessa época que levantou-se André Melville, ousado líder presbiteriano,

escocês, em decidida luta contra o rei. Por causa dos seus esforços

a Igreja Escocesa alcançou uma forma de governo presbiteriano

completa, que ainda não tinha sido plenamente alcançada desde que surgira

a Reforma.

G) A Reforma na Inglaterra:

Muito antes do rompimento de Henrique VIII com o papa, várias forças

contribuíram para o preparo do povo inglês a fim de receber a Reforma.

A maior dessas forças foi a organização dos “Irmãos Lollardos” que

conservou vivos os ensinamentos de Wycliffe. Além disso, havia a propaganda

das idéias reformistas pelos humanistas, tais como Colet, a disseminação

dos livros e ensinos de Lutero em alguns lugares e a circulação extensiva,

embora proibida, do Novo Testamento de Tyndale, publicado em 1525.

Henrique VIII se revoltou contra a igreja, quando por motivos políticos,

o papa não atendeu a seu pedido de anulação do seu casamento com

Catarina. Nesse episódio estavam envolvidas graves questões de caráter nacional.

Os estadistas ingleses muito se preocupavam com o fato de não haver

um herdeiro do sexo masculino para a sucessão da coroa e havia também

certa dúvida quanto à legalidade desse casamento segundo as leis da

Igreja.

Desse modo houve alguma justificação para o seu pedido ao papa;

antes porém de fazer o pedido, Henrique colocou-se numa situação indesejável

por sua súbita paixão por Ana Bolena que era indignada de ser rainha

do povo inglês. Henrique VIII, resolveu livrar a Inglaterra do domínio

papal. Conseguiu do arcebispo de Cantuária uma declaração de ilegalidade

e conseqüente anulação do seu casamento com Catarina, e da legalidade do

seu casamento com Ana Bolena. Foi então excomungado por decreto papal.

A resposta de Henrique foi dada através de um ato do Parlamento em

1534, pelo qual se declarava “Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra”, e

por uma proclamação do clero que a ele se submetera, de que o papa não

mais teria supremacia na Inglaterra.

Nada tinha sido feito até aqui no sentido de uma reforma real no terreno

religioso. Quando Henrique morreu em 1547, a Igreja da Inglaterra

ainda conservava seu credo e princípios doutrinários romanistas; muitos

conservavam as antigas idéias religiosas. A força dessas idéias, porém, tinham

sido enfraquecida por dois acontecimentos ocorrido no reinado de

Henrique. Uma delas foi a ordem real para que cada igreja tivesse uma Bíblia

completa, de grande formato, na língua inglesa e que fosse colocada

onde o povo pudesse ler com facilidade. A Bíblia usada pelo povo era principalmente

da tradução feita por Tyndale. Desde então, essa tradução passou

a ser a base de todas as Bíblias de língua inglesa que aparecem posteriormente. Outro ato hostil contra a religião medieval foi o fechamento dos

mosteiros e confisco das suas propriedades.

No reinado de Eduardo VI a Igreja da Inglaterra tornar-se protestante

rapidamente, pela influência dos nobres. Dentro de cinco anos foram

publicados um Primeiro e um Segundo “Livro Comum de Orações”,

modificando o culto da Igreja de acordo com as idéias da Reforma; o parlamento

decretou leis que exigia que todas as pessoas assistissem ao culto

reformado. Enquanto isso, os ensinos da Reforma se divulgavam entre o

povo.

No reinado da rainha Maria, a Inglaterra volta ao domínio da Igreja

Romana. Com este propósito, anulou todos os atos dos reis seus predecessores.

Atacou cruelmente o Protestantismo, principalmente seus líderes.

Entre as vítimas destacam-se o arcebispo Cramer e os bispos Ridley

e Latimer. A Inglaterra tornou-se consideravelmente muito mais protestante,

após a sua morte, em virtude da sua cruel batalha para tornar o país

católico-romano. A sucessora da rainha Maria, Isabel, desde cedo demonstrou

seu propósito de seguir o Protestantismo, pelo que muito contribuiu

para a formação de uma igreja nacional protestante. Foi organizado

também um “Livro Comum de Orações” ainda hoje adotado sem modificações

substanciais.

H) Os Anabatistas, um outro movimento:

Além de luteranos e dos reformados, surgiu um terceiro movimento

conhecido como “anabatista” – cristãos verdadeiramente convertidos,

com base doutrinaria bíblica – os ensinamentos do Novo Testamento e,

particularmente, o Sermão do Monte. Nos anabatistas era produzido o

modo de viver dos cristãos primitivos. A doutrina fundamental dos anabatistas

era uma concepção particular a respeito da Igreja. Esta, sustentavam

eles, é uma comunidade de pessoas regeneradas. Decorria daí a sua

crença, de que o batismo, o rito de admissão à Igreja, só deveria ser ministrado

aos adultos, porquanto, somente estes poderiam experimentar

conversão. O batismo recebido na infância era destituído de valor. Por

causa dessa atitude, foram chamados de “anabatistas”, isto é, que batizavam

novamente.

Os anabatistas surgiram especialmente nas regiões da Europa. Procederam

Principalmente dos camponeses e artesãos que eram vítimas de injustiças. Não obstante, entre eles havia alguns líderes cultos. Em geral

eram calmos, devotados e trabalhadores. A Igreja Romana, naturalmente,

perseguiu-os de um modo terrível. E até os luteranos e zwinglianos os perseguiram

por sua rejeição ao batismo infantil e oposição às igrejas oficiais.

O mais célebre líder dos anabatistas foi Meno Simons (1492-1556).

Durante vinte e cinco anos ele pastoreou as sociedades espalhadas pela Alemanha

e Países Baixos, preservando-as das suas tendências para o fanatismo

resultante naturalmente, dos seus sofrimentos. Conseguiu novos conversos

pela pregação e os unificou numa grande irmandade que tomou o

seu nome – “Os Menonitas”. Mais ou menos em 1611, foi fundada em

Londres a Primeira Igreja Batista ou Anabatista da Inglaterra.

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