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História da Igreja é a história da sua missão.

 

O ministério de Jesus:

Foi favorecido pelo breve ministério de seu precursor, João Batista.

Sua primeira aparição pública no começo do seu ministério esta ligada a

seu batismo por João. Jesus desenvolveu o ministério em centros judaicos,

e sua estratégia era manter-se de acordo com sua afirmativa de que

foi enviado as “ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15:24). Depois da

tentação no deserto Ele escolheu alguns dos discípulos que continuaram

sua obra sob a liderança do Espírito Santo, após sua ressurreição e ascensão.

Rejeitado em Nazaré, Jesus fez de Cafarnaum o centro de seu ministério

Galileu.

A missão de Jesus:

A fase ativa do ministério de Cristo que durou pouco mais de três

anos, foi mais uma preparação para a fase passiva da sua obra; seu sofrimento

na cruz e sua morte foram os grandes eventos preditos pelos profetas

(Isaías 53). Foi para este propósito temporal e eterno que Ele veio ao

mundo. Os Evangelhos destacam este fato que chega ao clímax em referências

como Mateus 16:21, Marcos 8:31 e Lucas 9:44.

A mensagem de Jesus:

Embora a cruz fosse sua missão primeira na terra, ela não foi a

mensagem principal e nem foi considerado um fim em si mesmo. Um estudo

dos evangelhos revela que o Reino de Deus era a mensagem principal

do ensino de Cristo.

Os milagres de Jesus:

Foram numerosos e constituem parte integrante do seu ministério.

Eles revelam a glória de Deus e mostram que Cristo era o Filho de Deus

(Jo 3:2), a fim de que a fé pudesse se seguir. Estes milagres são chamados

de poder, obras, maravilhas e sinais. A possibilidade e a probabilidade

dos milagres são demonstradas pela existência de registros históricos

que dão conta destes milagres como fatos históricos.

Os resultados de Sua influência:

A vida e trabalho de Jesus, não devem ser apreciados somente pelo

número dos que o seguiram, devem ser apreciados principalmente pela

influência que seus atos exerceram sobre as gerações futuras. A personalidade,

a obra e os ensinos dEle e, sobretudo, sua morte e ressurreição

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marcam o começo do Cristianismo.

A expansão da igreja

Com pequenas exceções, Jesus limitou seu ministério terrestre aos

judeus da Palestina. Grande parte das últimos meses de sua vida foi dedicada

ao preparo de um pequeno grupo de homens que haveria de confirmar

a obra por Ele começada, e que depois de fortalecidos pelo Espírito Santo,

tinham a tarefa de testemunhar dEle “em Jerusalém, como em toda a Judéia

e Samaria e até os confins da terra” (At 1:8).

A fundação da Igreja em Jerusalém

O Espírito Santo teve um papel de proeminência na fundação da Igreja

Cristã. Ele se tornou o Agente da Trindade na mediação da obra de redenção

dos homens. Judeus de todas as partes do mundo Mediterrâneo estavam

presentes em Jerusalém para ver a festa de Pentecostes. A manifestação

sobrenatural que ocorreu no falar em línguas foi a testificação do

derramamento do Espírito Santo sobre os seguidores de Jesus.

O que se seguiu com a pregação feita por Pedro foi a aquisição de

três mil almas mediante a aceitação da Palavra de Deus e do Evangelho de

Jesus Cristo, marcando o início da igreja como organismo espiritual, igreja

visível - o Corpo de Cristo (At 2:41). O crescimento foi rápido. Outros

eram acrescidos diariamente ao número dos três mil até chegarem a cinco

mil (At 4:4). Há menção de multidões se integrando a igreja (At 5:14). É

interessante que muitos eram judeus helenistas (At 6:1) da dispersão e que

estavam em Jerusalém para celebrar as grandes festas relacionadas com a

Páscoa e o Pentecoste. Nem mesmo os sacerdotes ficaram imunes ao contágio

da nova fé. “Muitos Sacerdotes” (At 6:7) são mencionados como estando

entre os membros da igreja primitiva em Jerusalém. Talvez alguns

deles tivessem visto a abertura do grande véu do templo, logo depois da

morte de Cristo, e isto, junto com a pregação dos apóstolos, levou-os a se

comprometem com Cristo.

Este crescimento rápido não se fez sem oposição. A perseguição veio

primeiro de um organismo político-eclesiástico, o Sinédrio, que, com permissão

romana, supervisionava a vida civil e religiosa do estado. Pedro e

João tiveram que comparecer perante este egrégio órgão duas vezes e foram

proibidos de pregar o Evangelho, mas eles se recusaram a cumprir a

16 História da Igreja

ordem. Mais tarde a perseguição tomou cunho mais político. Esta perseguição

deu ao cristianismo seu primeiro mártir, Estevão. Ele foi um dos

mais destacados, dos sete homens escolhidos, para administrar os fundos

de caridade na igreja de Jerusalém.

A igreja judaica em Jerusalém, cuja história foi descrita, logo perdeu

seu lugar de líder do cristianismo para outras igrejas. A decisão tomada

no Concílio em Jerusalém, de que os gentios não eram obrigados a

obedecer a Lei, abriu o caminho para a emancipação espiritual das igrejas

gentílicas do controle judaico. Durante o cerco de Jerusalém no ano 70,

por Tito, os membros da igreja foram forçados a fugir para Pela, do outro

lado do Jordão. Depois da destruição do templo e da fuga da igreja

judaica, Jerusalém deixou de ser vista como o centro do cristianismo; a

liderança espiritual da igreja Cristã se centralizou, então, em outras cidades,

especialmente em Antioquia. Isto evitou o perigo de que o cristianismo

jamais se libertasse dos quadros do judaísmo.

A Igreja na Palestina

A visita de Filipe a Samaria (At 8:5-25) levou o Evangelho a um

povo que não era de sangue judeu puro. Os samaritanos eram os descendentes

daquelas dez tribos que não foram levadas para a Assíria depois da

queda da Samaria e dos colonos que os assírios trouxeram de outras partes

do seu império em 721 a.C. Os judeus e os samaritanos fizeram-se

inimigos ferrenhos desde então. Pedro e João foram chamados a Samaria

para ajudar Filipe, pois o trabalho crescera tão rapidamente que ele estava

sem condições de atender a todas as necessidades. Este reavivamento

foi a primeira brecha na barreira racial à divulgação do Evangelho. Filipe

foi compelido pelo Espírito Santo, após completar seu trabalho em Samaria,

a pregar o Evangelho a um eunuco etíope, alto oficial do governo da

Etiópia.

Embora aqueles que tinham sido obrigados a sair de Jerusalém pregassem

somente aos judeus (At 11:19), não demorou para que surgisse

uma grande igreja gentia que brotou em Antioquia. Aí o termo “cristão”,

inicialmente empregado com sentido pejorativo por mordazes antioquienses,

tornou-se a designação de honra dos seguidores de Cristo. Foi em

Antioquia que Paulo começou seu ministério público ativo entre os gentios

e foi daí que ele partiu para suas viagens missionárias cujo objetivo fiSemeador

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nal era chegar a Roma. A igreja em Antioquia era tão grande que foi capaz

de socorrer as igrejas judaicas quando elas passaram fome. Ela foi o principal

centro do cristianismo no período de 44 a 68 d.C. A tarefa de levar o

Evangelho aos gentios nos “confins” estava apenas começando. Começada

por Paulo, esta tarefa continua ainda hoje como missão inacabada da igreja

de Cristo.

O Evangelho chega aos Gregos

Paulo, capacitado pela revelação de Deus, foi que teve a visão das

necessidades do mundo gentio, dedicando sua vida a pregação do Evangelho

a este mundo. Como nenhum outro na igreja primitiva, Paulo entendeu

o caráter universal do cristianismo e entregou-se a pregação aos confins do

Império Romano (Rm 11:13; 15:16). Poder-se-ia até dizer que ele tinha em

sua mente o slogan “O Império Romano para Cristo” pelo tanto que ele fez

no ocidente com a mensagem da Cruz (Rm 15:15, 16, 18-28; At 9:15;

22:21). Embora não poupasse esforços na consecução deste ministério, ele

não negligenciou seu próprio povo, os judeus. Isto se evidencia por sua

procura das sinagogas judaicas logo que chegava a uma cidade e pela proclamação

do Evangelho a todos os prosélitos judeus e gentios que pudessem

ouvi-lo.

O serviço missionário de Paulo

Não poderíamos deixar de descrever em detalhes os serviços prestados

por Paulo na expansão do Cristianismo neste período.

O ambiente de Paulo

O judaísmo foi seu ambiente religioso anterior a sua conversão; Tarso

foi sua grande universidade e sua atmosfera intelectual, o palco dos primeiros

anos de sua vida; e o Império Romano foi o espaço político em que

viveu e agiu. Este ambiente político não parecia ser tão favorável a alguém

para a proclamação do Evangelho. A situação social e moral era mais assustadora

do que política. A pilhagem do Império criou uma classe alta rica

de novos aristocratas que tinham escravos e dinheiro para satisfazer seus

muitos desejos legítimos e ilegítimos. Esta classe desdenhava de certo modo

a nova religião e viam seu apelo as classes pobres como uma ameaça a

18 História da Igreja

sua posição elevada na sociedade. Mesmo assim, alguns desta classe se

converteram com a pregação do Evangelho feita por Paulo na prisão em

Roma (Fp 1:13).

Paulo enfrentou também a rivalidade de outros sistemas de religião.

Os romanos eram de certo modo ecléticos em sua vida religiosa e se dispunham

a tolerar toda religião, desde que esta não proibisse seus seguidores

de participar do culto do Estado, que misturava o culto ao imperador

com o velho culto do estado republicano e exigia a obediência de todos

os povos do Império exceto aos judeus, que por lei eram isentos destes

rituais. Aos cristãos não se concedeu tal privilégio e eles tiveram que

enfrentar o problema da oposição do Estado. A conversão de Paulo foi

também um evento histórico objetivo. Ele falou dela (I Co. 9:1;15:8; Gl

1:11-18), como foi seu encontro com Jesus na estrada para Damasco (At

9:22,26). Esta experiência foi vital para seu trabalho missionário, seu ensino,

escritos e teologia.

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